Os óleos essenciais são compostos (substâncias químicas) produzidos pelas plantas e utilizados para sua sobrevivência, pois exercem funções de autodefesa, atração, proteção contra perda de água e aumento de temperatura foliar, entre outras. Eles agem repelindo predadores (herbívoros) e também outras espécies de plantas que concorrem com nutrientes, espaço e luz solar, também como atrativos de polinizadores, para manter a perpetuação da espécie, além de proteger a planta, mantendo sua temperatura estável para evitar a perda de água, principalmente em plantas onde há irradiação solar direta e altas temperaturas, como as desérticas e equatoriais.
Com as pesquisas químicas realizadas desde o século XIX, descobriu-se que os óleos essenciais também exercem funções antissépticas, narcóticas, excitantes, cicatrizantes, etc. Assim, os compostos aromáticos foram estudados quimicamente e foram descobertos os terpenos, um tipo de hidrocarboneto muito frequente nos organismos vegetais e animais, que, por exercer diferentes papéis metabólicos, tem afinidade com muitas funções orgânicas.
Porém, além dos hidrocarbonetos (terpenos), os óleos essenciais têm em sua composição substâncias químicas de diversas classificações, como os aldeídos, cetonas, fenóis, ácidos orgânicos voláteis, gorduras, álcoois, entre outros, bem como possuem muitas combinações diferentes e únicas. Além disso, alguns óleos, como os de lenhos e folhas, têm composição química muito simples, podendo conter de 90% a 98% de uma única substância, enquanto outros, como os de flores, podem conter dezenas de componentes.
Os componentes de um óleo essencial estão em concentrações distintas, sendo que alguns têm concentração acima de 84% do total e outros abaixo de 0,1%. Contudo, a atuação terapêutica do óleo depende da interação (sinergia) de todos estes componentes, tanto os princípios ativos majoritários, como os que ocorrem em pequenos resíduos ou traços. Ainda, os óleos essenciais de uma mesma planta serão diferentes quando forem: extraídos de partes diferentes da espécie vegetal; cultivados de formas diferentes; extraídos por métodos diferentes.
Cada componente é tão significativo para a eficácia geral do óleo quanto suas partes maiores por exemplo o óleo essencial de eucalipto pode ser composto de até 85% de 1,8-cineol um membro do grupo dos óxidos mas os outros 15% são feitos de uma complexa variedade de outras substâncias químicas. A ciência moderna assumiu que por haver mais 1,8-cineol, esse era o componente ativo mais importante, no entanto quando utilizado isoladamente é menos eficaz do que quando usado com todos os outros componentes do óleo. Um óleo essencial pode ser mais seguro do que seus componentes isolados pois muitas vezes o óleo completo contém pequenas quantidades de uma substância química que podem neutralizar os danos de outras substâncias potencialmente prejudiciais.
A proporção de óleo presente nas plantas é muito variável, podendo ir de 0,01% até 10%, porém a média fica entre 1% e 2%. Algumas plantas têm muito óleo, como por exemplo, as cascas das frutas cítricas enquanto outras, como as rosas, têm tão pouca essência que são necessárias toneladas de flores frescas para produzir uma pequena porção de seu óleo essencial.
A nomenclatura óleo é utilizada pois trata-se de uma substância lipossolúvel, ou seja, que possui características físico-químicas de se solubilizar em fase oleosa.
Referências:
GASPAR, Eneida Duarte. Aromaterapia: uso terapêutico das essências vegetais. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pallas, 2004.
GUMBEL, Dietrich. Fundamentos da terapia holistica com óleos essenciais das plantas. Tradução de Ane Walsh. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2016.
MORAG, Nayana. Óleos essenciais para animais: seu guia completo do uso da aromaterapia para a saúde e tratamento natural de cães, gatos e cavalos. Tradução de Cecília Vieira Barbosa. Belo Horizonte: Editora Lazslo, 2018.
WOLFFENBÜTTEL, Adriana Nunes. Base da química dos óleos essenciais e aromaterapia: abordagem técnica e científica. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2016.