Os óleos essenciais são altamente voláteis o que significa que eles evaporam e se dispersam assim que entram em contato com o ar, atingindo assim o sistema olfativo e consequentemente o sistema límbico, o qual, afeta aspectos emocionais de comportamento. Geralmente os animais preferem lamber ou cheirar os óleos e percebe-se resultados expressivos sem qualquer aplicação tópica. Apesar de os animais também lamberem os óleos, acredita-se que este é um método de inalação melhorada (o gosto e o cheiro tem quase a mesma função). A quantidade de óleo essencial que entra no sistema digestivo quando uma animal o lamber é insignificante já que a maior parte é absorvida nas mucosas. Grande parte dele é excretada pelos pulmões após a inalação; o que entra no sistema circulatório passará pelo fígado e será excretado pelos rins.
Na sua ação sobre o sistema límbico, ele exerce influência direta sobre os neurotransmissores que controlam as emoções de modo que afetam o estado mental ou emocional. Um dos melhores benefícios da aromaterapia é a redução do estresse. Não só pelo efeito dos óleos essenciais, mas também porque uma escolha é oferecida aos animais. Muitas vezes independentemente de nossos cuidados e preocupações pelo seu bem-estar nossos animais são impedidos de fazer escolhas. Essa perda de controle é estressante por si só. Ao oferecer ao animal a oportunidade de selecionar o que ele precisa par ajudá-lo a se sentir melhor (como na natureza) aliviamos esse estresse.
É por isso que na aromaterapia em animais, usamos o princípio de que os animais sabem instintivamente do que precisam para a manutenção da própria saúde. Mesmo os animais domesticados ainda possuem esse instinto. Qualquer um que tenha cachorro ou gato já os viu comendo grama ou bebendo da poça mais lamacenta quando eles tem água boa e limpa em casa. Essas são formas de automedicação instintiva já que o animal sempre vai tentar manter o funcionamento saudável do corpo e tomar medidas para o sistema retornar ao equilíbrio quando não se sentir bem. Devemos respeitar isso ao dar óleos essenciais aos animais, já que os animais sob nossos cuidados dependem de nós para lhe fornecer meios para que se automedique, e assim os óleos essenciais nos oferecem a maneira perfeita de satisfazer as necessidades naturais para manter nossos animais saudáveis e felizes de forma respeitosa e não invasiva.
Para tanto, fazemos uma lista prévia de óleos essenciais de acordo com os problemas apresentados pelo animal, daí então dentre os selecionados por nós, deixamos que o animal “escolha” o que ele instintivamente necessita. Isso é possível, através da observação do comportamento do animal. Daí então o óleo essencial escolhido é diluído em óleo carreador e então as respostas do animal com o uso serão monitoradas.
É importante frisar que o uso dos óleos essenciais em animais difere do ser humano, em virtude de particularidades como por exemplo, o olfato mais sensível dos cães e gatos, bem como no caso dos gatos a capacidade limitada do fígado de metabolizar alguns componentes dos óleos essenciais. Portanto existem alguns óleos essenciais que não podem ser utilizados em gatos, dando então preferência aos hidrossóis ou hidrolatos (coprodutos dos óleos essenciais). Estamos utilizando com sucesso a combinação de hidrolatos e florais. Essa combinação tem se mostrado efetiva, pois os hidrossóis trabalham tanto a parte terapêutica física, quanto a sutil e interagem muito bem com os florais que trabalham a parte sutil e além disso, esta fórmula pode ser colocada na água dos animais facilitando muito sua utilização.
Referências:
BELL, Kisten Leigh. Holistic Aromatherapy for animals: a comprehensive guide to use of essential oils & hydrosols with animals. United States:Versa Press, Inc, 2002.
MORAG, Nayana. Óleos essenciais para animais: seu guia completo do uso da aromaterapia para a saúde e tratamento natural de cães, gatos e cavalos. Tradução de Cecília Vieira Barbosa. Belo Horizonte: Editora Lazslo, 2018.